Riba D'Ave - A. Shedha (50), P. Silva (34), R. Herman (30), A. Neri (29), R. Silva (26), G. Pato (25), F. Posito (23.30), D. Pinheiro (23), I. Artacho (8.30).Oliveirense - X. Edo (50), X. Cardoso (35.30), N. Santos (31.30), M. Torra (26), L. Martínez (26), F. Navarro (23.30), F. Platero (23), D. Abreu (18), B. Benedetto (9.30).
ESTATÍSTICA (só contabilizado tempo 5x5)
Superioridades numéricas:
Riba D'Ave - 2 (2 3x2)
Oliveirense - 2 (1 4x3, 1 2x1)
Roubos de bola:
P. Silva e M. Torra (3)
D. Pinheiro e N. Santos (2)
Perdas de bola:
R. Herman, D. Abreu e F. Platero (3)
P. Silva e N. Santos (2)
Receções de bola no último terço, de frente para o jogo (1ª Parte/2ª Parte)
Riba D'Ave - 2/4
Oliveirense - 14/8
Esta estatística revela a diferença de pressão defensiva das equipas e a consequente dificuldade/facilidade em montar os ataques organizados.
Transições do meio-rinque defensivo para o ofensivo em passe (1ª Parte/2ª Parte)
Riba D'Ave - 6/7
Oliveirense - 11/18
Transições do meio-rinque defensivo para o ofensivo sem passe (1ª Parte/2ª Parte)
Riba D'Ave - 17/8
Oliveirense - 5/11
Estas duas últimas estatísticas dão-nos números para boa interpretação dos factos, mas merecem explicação porque têm finalidades diferentes. Ou seja, para o Riba D'Ave, sair do meio-rinque sem passe significa sucesso na saída da pressão porque o adversário pressionou grande parte do jogo, principalmente enquanto não se encontrou em vantagem no resultado. Para a Oliveirense, sair sem passe significa uma saída simples, sem oposição, para o ataque organizado.
Do mesmo modo, sair em passe para o Riba D'Ave significa um início calmo de ataque organizado, sem grande oposição, no que respeita à segunda, e na primeira parte significa incapacidade de transporte de bola sobre pressão e, como solução de recurso, surge o passe para alguém que o consiga fazer. Para a Oliveirense, saída em passe significou todo o jogo uma transição rápida para ataque curto, às vezes contra-ataque outras vezes uma simples transição rápida.
Remates fora de área (1ª Parte/2ª Parte)
Riba D'Ave - 6/16
Oliveirense - 11/6
RIBA D'AVE
Defesa - Defesa alta após perda de bola em meio-rinque ofensivo. Prioridade à troca de marcação no bloqueio lateral. Na primeira parte, tentativa de pressionar sobre o portador da bola no último terço de rinque defensivo, dificultando, a espaços, a organização do ataque adversário. Muito menos pressão na segunda parte, facilitando as opções ofensivas da Oliveirense.
Ataque - Bom encaixe entre os processos ofensivos do ataque organizado e aquilo que o jogo de facto pedia. O jogo pedia poucos passes, uma vez que a Oliveirense pressionou e muito. Quando jogas contra uma defesa pressionante, ou tens capacidade de transportar a bola ou dificilmente vais ser capaz de ter sucesso porque cada passe exige uma boa receção e, muito de preferência, orientada para o jogo. Mas receções orientadas para o jogo são difíceis quando a defesa contrária pressiona e, havendo passe, a probabilidade de ficar de costas para o jogo é alta. O Riba D'Ave aproveitou Neri, Pedro Silva, Remi, enfim, os jogadores com mais capacidade de transporte de bola, para chegar ao último terço, ou pelas laterais, jogando algumas vezes com o colega posicionado atrás da baliza da Oliveirense, ou colocando três elementos mais próximos do meio-rinque, abrindo espaço e linha de passe para o interior (jogador de área). Esta variação existiu e deu qualidade ao ataque dos visitados. A completar, muita dinâmica (movimentos a três jogadores, sempre difícil de defender) dos três elementos a meio-rinque, com bloqueios e entradas sem bola.
Na segunda parte houve muita precipitação, ataques mais curtos, menos organizados, mais meia-distância. O primeiro golo da Oliveirense no início da segunda parte (com três minutos e meio jogados) desestabilizou o estado de espírito do Riba D'Ave a atacar. Não só porque a Oliveirense tornou-se menos pressionante, desencaixando a sua defesa ao estilo de jogo do Riba D'Ave que estava a conseguir chegar à baliza adversária tendo em conta a sua capacidade de transporte de bola. Sem tanta pressão, o transporte de bola deixa de fazer diferença e o espaço de ação reduz-se, exigindo mais troca de bola e paciência, o que não houve, principalmente nos últimos dez minutos.
OLIVEIRENSE
Defesa - Pressão a todo o rinque, evitou que o Riba D'Ave tivesse à vontade no último terço do rinque (tirando atrás da baliza). Os da casa nunca conseguiram receber bola no último terço de rinque com os patins orientados para a baliza, ou seja, sempre a receber o esférico de costas para o ataque. No entanto, com outras armas, o Riba D'Ave conseguiu desfeitear a defesa oliveirense como já foi referido em cima, na parte do texto referente aos minhotos. Foram poucas as superioridades numéricas ganhas pela Oliveirense através da pressão.
Ataque - Excelente transição ofensiva, ainda que parte do sucesso também se deva à má transição defensiva do Riba D'Ave. Neste capítulo, saída rápida dos elementos mais avançados e bola nos mesmos, o mais rápido possível. Gera espaço de ação, porque os defesas mais avançados estão muito longe da bola para fazer ajudas ao defesa do portador da bola (ver em maior detalhe mais abaixo).
Boa variação do posicionamento da bola com passes rápidos, forçando a defesa a oscilar. Boa capacidade de 1x1.
OUTRAS NOTAS
Às vezes jogamos o que os outros nos deixam jogar
Foi um jogo muito interessante muito por esta razão. As características ofensivas do Riba D'Ave adequaram-se ao estilo defensivo da Oliveirense e o estilo de transições ofensivas da Oliveirense adequou-se às falhas das transições defensivas do Riba D'Ave. No entanto, não vou dizer que o Riba D'Ave tem uma má transição defensiva, se tivermos em conta que poucas inferioridades numéricas sofreram. O problema do Riba D'Ave é que, na perda da bola, pressiona, no entanto, em alguns lances, a confiança de alguns atletas em ganhar a bola foi demasiada, fixando a sua atenção na bola em vez de fixarem a atenção no adversário direto que, principalmente por ser a Oliveirense, força muito o rinque largo nas transições, ou seja, o posicionamento dos avançados o mais longe possível dos médios. Se ficas a olhar para a bola em vez de acompanhares, fica difícil.
TRANSIÇÃO OFENSIVA
Já expliquei em cima o assunto, aqui deixo alguns lances que o demonstram.
Exemplo de uma boa transição ofensiva do Riba D'Ave. Transporte de bola, sem passe, em segurança. Claro está que nem todos têm esta capacidade de transporte, forçando o passe que limita quem a recebe pelo espaço curto de reação, justificado pela pressão defensiva contrária.
Aqui um mau exemplo de transição. Primeiro, Daniel Pinheiro é obrigado a recuperar o esférico de costas para o jogo, o que dificulta logo. No entanto, passar a bola a um colega a poucos metros, sendo pressionado, vai colocá-lo em dificuldades. Seria preferível o transporte do esférico para espaços vazios.
Transição ofensiva da Oliveirense. Rápida saída dos avançados, passe rápido por parte dos médios, um a dois passes e a bola está junto à baliza adversária. Ganha espaço de ação quem recebe a bola no ataque. Bela transição. Em baixo a mesma situação nos próximos dois vídeos.
TRANSIÇÃO DEFENSIVA RIBA D'AVE
Dois primeiros vídeos (e houve mais uma situação) que requerem poucas palavras. Há uma reação imediata do Riba D'Ave à perda da bola, defendendo alto. No entanto, convém que todos os elementos marquem o seu jogador (no segundo caso até estavam com mais um jogador em rinque) e não fiquem somente a olhar para a bola. O último vídeo demonstra que, havendo pressão, é conveniente que todos o façam. Não podem estar os avançados subidos e os defesas a darem espaço de receção dos elementos adversários mais avançados.
JOGO ATRÁS DA BALIZA
A parte do rinque por detrás da baliza é, para mim, uma das essências do jogo organizado. Fazer com que o jogo lá passe significa sempre perigo para o adversário. Nos vídeos abaixo, conseguimos ver a diferença entre ter um atleta sem bola nesta zona e o transporte de bola para essa zona. A primeira é muito mais perigosa que a segunda, na medida em que, na segunda, o portador da bola não está de frente para o jogo. Além disso, a patinagem com bola para essa zona e consequente perda de visão de jogo (o portador da bola fica 'de costas' para o jogo) aumenta a probabilidade de perder a bola.
Mesma situação.
Aqui situação contrária, com outro sucesso. Capacidade de transporte de bola e jogador sem bola atrás da baliza. A equipa fica com a bola perto da baliza adversária e de frente para o ataque.
A importância de receber a bola de frente para o jogo, nos próximos três vídeos. No penúltimo vídeo, chamo também a atenção para a facilidade com que a Oliveirense, com dois passes, chegou à zona traseira da baliza adversária. A primeira receção, de frente para o jogo, facilitou imenso o processo. No último vídeo não há receção orientada mas Diogo Abreu faz questão de se virar de frente de imediato, dando importância ao assunto.
Muita preocupação por parte da Oliveirense em deixar o portador da bola de costas para o ataque. Aqui duas situações em que os jogadores do Riba D'Ave são obrigados a virar costas ao jogo e, de imediato, há um avanço premeditado do defesa direto da Oliveirense no sentido de se aproximar e de evitar que o portador da bola se vire de frente para o jogo.
Uma opção que irei aprofundar futuramente. Nesta análise fica só uma indicação. Preferência da equipa do Riba D'Ave em precaver os bloqueios, numa atitude passiva, e não em atacar o portador da bola de modo a evitar o aproveitamento do bloqueio por parte deste, como fez por exemplo o Sp. Tomar na semana passada. Deixa os dois defesas parados no bloqueio, abrindo espaços perigosos para o portador da bola que não tem qualquer oposição. Há equipas a explorar bem estas situações e futuramente abordaremos melhor esta situação.
Daniel Pinheiro não pode trocar a marcação, uma vez que o seu opositor direto passa nas costas do seu colega, ou seja, este nunca pode conseguir trocar com sucesso porque ficará atrás do novo jogador que irá marcar. Numa situação de risco até se entendia, no entanto, aqui, faltavam onze segundos para o intervalo e o Riba D'Ave estava em vantagem (1-0).
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