FAMALICENSE V ÓQUEI

Famalicense: D. Fernandes (50), H. Costa (38), R. Almeida (36), L. Filipe (31), Juanjo L. (29), A. Lima (25), G. Frias (20 ), D. Casanova (11), C. Dias (10)

Óquei: Conti A. (50), M. Vieirinha (40), D. Rampulla (37), L. Querido (35), Poka O. (33), M. Rocha (19), Alvarinho M. (15), L. Savreux (11), S. Chambella (10)


Remates bloqueados pela defesa:
Famalicense bloqueou: 10 (4 na primeira parte) de 62
Óquei bloqueou: 11 (3 na primeira parte) de 36


Remates efetuados:
Famalicense: 13 (5 dentro de área) / 23 (8 dentro de área)
Óquei: 32 (6 dentro de área) / 30 (9 dentro de área)

São 62 (Óquei) remates contra 36 (Famalicense). Quase o dobro. No entanto, na área, são 15 (Óquei) contra 13 (Famalicense). Estes números ajudam a confirmar que o Óquei procurou imenso o remate pelo remate, de qualquer lado.

Achei um exagero e, acima de tudo, uma perda de tempo. E o exagero em remates de meia-distância é, para mim, um problema, devido ao seguinte: 1) o remate é mais longe da baliza e dá mais tempo de reação ao guarda-redes, 2) o guarda-redes está sempre posicionado para a bola. Resultado: menor probabilidade de golo.

Procurar remates dentro de área é a solução para este problema, pelas seguintes razões: 1) é mais perto da baliza e dá menos tempo de reação ao guarda-redes, 2) em caso de ser passe para o interior da área a partir de uma zona de perigo (do meio do meio-rinque para a tabela de fundo ofensiva), o guarda-redes vai estar sempre posicionado para quem tem a bola (o passador) e, o tempo curto entre o passe e o remate do interior, dificulta-lhe a mudança de posição. Resultado: maior probabilidade de golo.

Incursões no último terço (da linha do penálti até à tabela de fundo):
Famalicense: 1ª Parte - 19 (10 de frente para o jogo) / 2ª Parte - 21 (10 de frente para o jogo)

Óquei: 1ª Parte - 28 (21 de frente para o jogo) / 2ª Parte - 21 (13 de frente para o jogo)

Interpreto estes números da seguinte forma: Famalicense sempre usou o fundo do rinque mais para alargar o jogo e ter bola em segurança do que para atacar a baliza adversária (apesar de que notei mais isto na primeira parte do que na segunda). Resultado: em 40 incursões no último terço, só metade teve intenção de ataque (muito por mérito defensivo do Óquei).

O Óquei, beneficiando da pouca pressão defensiva do adversário, usou (e podia ter usado bem mais) o espaço circundante da área contrária para atacar a baliza e não para alargar o jogo. Esta zona, quando permitido pelo adversário, é a melhor zona para a construção do ataque, na minha opinião (atrás da baliza e tabelas laterais próximas desta zona, até à linha da área mais próxima do meio-rinque). Das 49 incursões, 34 foram com intenção de baliza ou com possibilidade de tal.

Roubos de bola:
Famalicense: 7 (Juanjo L 2, H Costa 2)
Óquei: 11 (M Rocha 4, L Querido 3)


Perdas de bola:
Famalicense: 11 (H Costa 5, Juanjo L 2, R Almeida 2)
Óquei: 7 (D Rampulla 4)


Transições da tabela de fundo defensiva para o meio-rinque ofensivo:
Famalicense: 1ª Parte - 17 (5 sem sucesso) / 2ª Parte - 9 (1 sem sucesso)
Óquei: 1ª Parte - 8 / 2ª Parte - 8


Como interpreto estes números: o Óquei foi mais pressionante na primeira parte do que na segunda (apesar de ter tido uma fase de muitas recuperações de bola sem deixar o Famalicense atacar na segunda parte, até à nona falta de equipa). O Famalicense foi sempre pouco pressionante a defender, em qualquer zona do rinque.


NOTAS
Remates de longa e média distância sem colega de equipa na área


Três vídeos que exemplificam aquilo que aconteceu durante grande parte do jogo do Óquei. Excesso de longa e média distância e, ainda por cima, sem jogador dentro de área para 1) possível desvio, 2) tapar visão do guarda-redes, 3) segunda bola.




A recuperação de bola na tabela de fundo defensiva
Este tema é, para mim, interessantíssimo. É a única coisa que, para mim, até pode justificar tantos remates de média e longa distância. Para as intenções do Óquei que pressionou muito a toda a pista (acalmou aquando da nona falta de equipa), ter o início de ataque do Famalicense a partir da tabela de fundo defensiva era ouro. Isto porque colocação da bola na tabela de fundo junto à baliza adversária faz com que o adversário tenha de ficar de costas para todo o rinque quando a vai buscar, dificultando o início da ação ofensiva.

Para quem vê hóquei no gelo, devido à regra de fora de jogo que existe (em que o portador do disco tem de ser o primeiro a passar para o meio-rinque ofensivo e por muitas vezes tem pouca probabilidade de o conseguir fazer), esta situação é muito recorrente. Ou seja, o portador do disco atira-o deliberadamente para a tabela de fundo junto à baliza do adversário para que este tenha de se virar de costas para recuperá-la. Assim que o disco é enviado para a tabela de fundo, a equipa que tinha o mesmo rapidamente pressiona todos os elementos da equipa adversária, tornando não só difícil de iniciar o ataque mas também provável que exista perda de posse em zonas perigosas. O vídeo em baixo dá-nos esse exemplo.



Posição defensiva dos patins
Dois vídeos, dois finais diferentes. Primeiro vídeo: posição frontal dos patins do defesa para com o avançado (e mudança tardia para a direção certa) deram vantagem ao último. Segundo vídeo: posição lateral ou de frente para a nossa baliza deu vantagem a quem defendia.




3x2 defensivo
Um movimento interessante de Luís Filipe ou má interpretação de Luís Querido. A mim parece-me mais a primeira. Luís Filipe, o defesa da esquerda, simula (parece-me) que vai ficar para Luís Querido (portador da bola), no entanto, desinteressa-se deste e recupera a sua posição para com o avançado (Vieirinha) que depois irá receber a bola de Luís Querido. Quando este a recebe, já tem Luís Filipe bem posicionado para lhe dificultar a finalização.



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