PRIMEIRA PARTE
Oliveirense: X. Edo (25), N. Santos (23), X. Cardoso (17), M. Torra (13), F. Navarro (13), L. Martinez (13), F. Platero (11), D. Abreu (10), B.
Benedetto (4)
Sporting: A. Girão (25), N. Romero (19), A. Verona (19), T. Pérez (14), M. Platero (13), F. Font (12), J. Souto (11), R. Bessa (7), H. Magalhães (5)
Tentativas de remate efetuados na primeira parte |
Total tentativas de remate fora da área: 15/16
Total entradas na área com bola: 5/1
Total remates dentro de área: 12/2
Passes errados: 8 (2 de finalização) V 15 (1 de finalização)
Perda de bola em condução: 2 (L. Martínez e X. Cardoso) / 1 (T. Perez)
Bolas ganhas no stick: 1 (N. Santos) / 2 (F. Font)
Transições em superioridade numérica:
2 (1 1xR, 1 3x2) V 2 (2 4x3)
O QUE NOS MOSTRAM ESTES NÚMEROS?
Esta estatística mostra-me que a Oliveirense foi melhor em todos os aspetos ofensivos e defensivos. Muito menos passes falhados, mais capacidade individual de entradas na área com bola no stick, muito mais remates dentro de área (maior probabilidade de golo). Uma primeira parte com defesas abertas, a jogar o jogo pelo jogo. Ao Sporting, valeu mais uma vez São Girão. No ataque, a Oliveirense usou mais o bloqueio e a entrada do bloqueador para zonas de finalização, assim como as triangulações, sempre difíceis de defender. Chamo a atenção, para compararmos com os números da segunda parte, em que a Oliveirense esteve 17 minutos à frente do marcador, ao passo que na primeira parte nunca esteve em vantagem.
Recuperações de bola na primeira parte |
Esta estatística vai ao encontro dos (poucos) contra-ataques. Havendo muitas recuperações de bola junto à tabela de fundo, torna difícil saídas rápidas para contra-ataque e, além disso, também significa que os ataques terminaram praticamente todos com finalização, com a bola a terminar na tabela de fundo ou por remate ao lado, ou por defesa do guarda-redes (apesar de, claro, não terminar sempre assim).
SEGUNDA PARTE
Oliveirense: X. Edo (25), N. Santos (19), X. Cardoso (19), F. Platero (17), F. Navarro (16), M. Torra (12), D. Abreu (11), L. Martinez (6)
Sporting: A. Girão (25), N. Romero (22), M. Platero (19), F. Font (16), T. Pérez (16), A. Verona (12), J. Souto (8), R. Bessa (7)
Tentativas de remate durante a segunda parte |
Total tentativas de remate fora da área: 9/17
Total entradas na área com bola: 6 (3 em transição superioridade numérica, 1 de livre direto) / 2 (1 golo)
Total remates dentro de área: 10 (3 em transição superioridade numérica, 1 de livre direto, 2 golos) / 7 (2 golos)
Passes errados: 10 (2 para finalização)/8 (4 para finalização)
Perda de bola em condução: 8 (F Navarro 2, F Platero 2, X Cardoso 2, N Santos 2)/6 (F Font 3, N Romero 2, A Verona)
Bolas ganhas no stick: 6 (N Santos 3, X Cardoso 2, F Navarro)/8 (N Romero 3, F Font, A Verona, J Souto, R Bessa, M Platero)
Transições em superioridade numérica: 4 (3 3x2, 1 golo; 1 2x1, 1 golo)/1 (3x2)
O QUE NOS DIZEM OS NÚMEROS
Tal como noutros encontros anteriores, o Sporting torna-se mais perigoso quando procura jogar atrás da baliza adversária e quando procura a assistência para o interior da área (sete remates e dois golos na segunda parte, dentro de área, contra dois remates e zero golos na primeira).
As defesas também subiram mais (principalmente a do Sporting, derivado do resultado negativo) e dificultaram mais o processo individual que, derivado do aumento de dificuldade em passar a bola pela pressão defensiva, viu-se obrigado a entrar mais em ação, aumentando também o número de bolas perdidas no stick (3 na primeira parte contra 14 na segunda).
Os passes errados têm, na minha opinião, duas explicações. A Oliveirense aumentou ligeiramente o número de passes errados pela pressão que o Sporting exerceu (que nem foi muito agressiva grande parte do tempo, apesar de ter estado 17 minutos em desvantagem no marcador na segunda parte). O Sporting diminuiu o número de passes falhados pela melhoria da qualidade do seu ataque mas também pela diminuição da pressão defensiva da Oliveirense, por via de ter estado grande parte do segundo tempo em vantagem no marcador.
Recuperações de bola na segunda parte |
A Oliveirense, pelo contrário e por via do resultado quase sempre positivo na segunda parte, não se dedicou tanto à recuperação de bola em zona alta do rinque, tendo-o conseguido menos vezes (12 na primeira parte contra oito na segunda parte).
No entanto, acho também interessante notar que, nem por isso a Oliveirense deixou de ter contra-ataques em superioridade numérica (quatro na segunda parte contra dois na primeira). Porquê? Na minha opinião tem a ver com a postura do adversário que, jogando e finalizando mais próximo da baliza contrária (Sporting na segunda parte procurou um jogo menos direto), tem mais dificuldade em recuperar defensivamente, ao passo que, apostando na meia-distância, permite recuperações defensivas mais seguras.
ATACAR EM VANTAGEM NO MARCADOR
Costumava dizer às minhas equipas quando treinava: 'é mais difícil jogar hóquei quando estamos a ganhar do que quando estamos a perder'. Quando estamos a perder podemos arriscar e a defesa contrária normalmente não pressiona tanto. É, do ponto de vista da interpretação de jogo, mais fácil. Quando estamos a ganhar, mais pressionados pelo adversário e obrigados a não errar para evitar que os contrários recuperem no marcador, parece-me mais difícil.
Assim sendo, apreciei o modo como a Oliveirense jogou na segunda parte, conseguindo criar perigo na baliza adversária em segurança, sem muitas falhas e com muita posse de bola, deixando o tempo correr a seu favor (esteve em vantagem no marcador do minuto seis ao 23).
Jogador com bola sempre com opção de passe curto (mais seguro) e espaço para patinagem. Estas duas opções são essenciais sob pressão, pois dão as duas alternativas: passe e condução. A eliminação de uma destas diminui automaticamente o leque de opções do portador da bola, deixando-o mais vulnerável à perda do esférico. O mérito é todo do jogador sem bola que tem de interpretar o momento em que é preciso linha de passe e o momento em que é preciso dar o espaço que ocupa ao portador da bola. Vamos ver em pormenor em baixo.
Sucessão de passes curtos
Sucessão de passes curtos e, ao segundo 22 do vídeo, Diogo Abreu a deixar espaço de patinagem para o portador da bola, dando ao mesmo tempo linha de passe mais à frente (se estou marcado e não dou linha de passe onde estou, mexo-me, dando linha de passe, mas também espaço para patinagem ao portador da bola).
Mais uma sucessão de passes curtos, seguido de recuperação defensiva também interessante. Apesar de o Sporting dispor de uma transição 3x3, o jogador mais recuado da Oliveirense percebe que a recuperação defensiva dos colegas é deficiente, ou seja, eles não estão equilibrados o suficiente para recuperarem cada um com o seu. Assim, Franco Platero, o mais recuado, não pega um jogador, em vez disso, fica intermédio entre os dois jogadores mais avançados do Sporting, como se fosse um 2x1. Dentro do desequilíbrio que está a ser a transição defensiva, esta ação de Platero diminui o sucesso da transição ofensiva do Sporting, evitando que um dos três elementos do Sporting fique isolado. Experiência e leitura de jogo de Franco Platero.
Duas ações interessantes neste vídeo. Primeiro, segundo 11, Franco Platero vê que Xavi Cardoso só tem uma opção, passe (à sua esquerda e sua direita). Dá-lhe, de imediato, espaço para patinagem, desmarcando-se. A tal lógica falada em cima: portador da bola tem de ter sempre as duas opções, passe e espaço para patinar. Segundo movimento interessante e recorrente na Oliveirense, bloqueador desmarca-se para receber em triangulação. Ou seja, estou sem bola a ser marcado em cima, não estou a dar linha de passe ao portador da bola. No entanto, se estou marcado em cima, vou ter mais chances de ganhar vantagem ao meu opositor direto quando me desmarcar. Assim, o portador da bola opta por outra linha de passe que, de imediato, passa ao terceiro elemento (o bloqueador).
LIVRE INDIRETO
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